"Quando os astronautas foram a lua, que coincidência, eu também estava lá! Fugindo de casa, do barulho da rua, pra recompor meu mundo bem devagar. Que lugar mais silencioso! Eu poderia no universo encontrar, que não fossem os desertos da lua, pra recompor meu mundo bem devagar" Biquini Cavadão

6/06/2013

TUDO SE EXPLICA



Eu deveria estar estudando, mas minha cabeça está doendo e nem quis forçar. Aí fui fuçar mais sobre TDAH pela net a fora e, mais uma vez, no blog do Alexandre, me deparo com um comentário de uma pessoa chamada Bárbara:

"Depois desses surtos impulsivos, sempre batia o arrependimento.
Eu sei que o ano seeeeeempre acabava em lágrimas. Eu era muito difícil. E a partir de um certo momento as pessoas começam a se aproveitar dos nossos defeitos e falhas né? Muitas vezes eu até estava certa, mas as pessoas usavam o meu temperamento como justificativa para as coisas erradas que faziam comigo. E aí, se eu me defendesse eu era a briguenta, etc e etc. Isso acabou causando um nó na minha cabeça, pois, diante de todos os rótulos que me impunham, eu passei a ser leniente e permissiva demais com as pessoas, para que elas não me rotulassem mais. Resultado: não perdi os rótulos (porque as pessoas do seu convívio sempre vão utilizá-los contra você) e aceitei muita coisa que não deveria (porque estava tentando ser uma pessoa menos "briguenta")."

É muito interessante como somos todos muito parecidos. Credo.
Bárbara explicou, de forma espetacular, como eu sou, ATÉ HOJE: NÃO CONSIGO DIZER "NÃO" , para não me indispor com ninguém, por já ter feito isso demais.

Só me meti em confusão: tanto por ser uma pessoa difícil, quanto por ser "boazinha" demais. Em ambos os casos, putz. No caso de ser boazinha demais, precisei mudar, se quisesse ter algum amigo. 

Na infância, me lembro, fazia fofoca. Não sei, mas me sentia "mais amiga" de uma coleguinha, contando  pra ela o que as outras falavam dela. Aí ela ia tirar satisfação com as outras e descobria que eu também falava. Pronto, um fight.
Incrível: sempre senti uma necessidade absurda de saber de coisas das pessoas e falar delas. O falar mal mesmo. E isso me acompanhou até a adolescencia, quando ví que deveria ser diferente.
Mas aí ninguém mais me queria por perto. Era A falsa. E no meu bairro... 
Até hoje esbarro com algumas ex-coleguinhas e elas sequer me cumprimentam. Estão erradas não. Eu é que estava. 

Aí fui ler e ví que esse negócio de criar confusão é uma forma de estímulo. Poxa, que triste.

Já na fase adulta, mudei ao extremo. Aí já era a BURRA da história mesmo, aceitava tudo. Precisava que as pessoas gostassem de mim.

Quanta gente pensa tanta coisa de mim, que poderia ter sido diferente, se soubéssemos disso.

4 comentários:

  1. Sim, eu também sempre me meti em confusão. A maioria dos meus colegas de escola não me cumprimenta, quando me encontra. Paciência né. Antes eu ficava triste, agora não fico mais. Na fase adulta, mais especificamente quando entrei na faculdade, passei a aceitar tudo. E foi horrível. Aí é que minha auto estima acabou-se de vez! Agora estou voltando a ser eu mesma. Temos que achar um equilibrio. Um meio termo entre esses dois extremos. É o que eu busco agora. E acredite, não é fácil, porque é vantajoso pras pessoas que você seja permissiva e leniente. E elas vão sempre que necessário recorrer aos velhos rótulos para minar e afastar nossas tentativas de se impor, entende?

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  2. Por exemplo, uma amiga queria sair dia de semana essa semana. Mas eu faço cursinho de manhã, estava atrasada nas minhas atividades e preferi cancelar o programa. Ela não gostou, ficou chateada. Convidei para sairmos sexta então, ai ela toda cheia da razão responde que não, porque ela tinha aula no sábado de manhã. Eu não fiquei braba, eu entendo. Mas por que a aula dela é mais importante que a minha? Porque ela pode dizer não por causa da aula dela e eu não? Ou sou menos do que ela? As pessoas sempre nos tratam assim.

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    1. Bárbara, que bom você por aqui!
      Nossa história é bem parecida, né?!

      Manter amizades sendo TDAH não é fácil. É bem complicado explicar. Sempre fica um ar de desculpa esfarrapada.

      Eu, agora, estou em fase de adaptação com nova dosagem de Ritalina e, por isso, não estou querendo sair. E, quando quero, é pra fazer algo light. Um jantarzinho.. coisa de casal. Ir para casa cedo. Sem socializações intensas.

      Explica? rs

      Recebi um convite para sair com amigas em plena quarta feira. Bom, elas também trabalham e entram cedo. Eu trabalho meio expediente, entro ao meio dia. E não quero não.

      Me pergunto de onde elas tiram tanta animação e disposição (e olha que algumas delas são casadas e possuem filhos..)

      rs..

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  3. também tinha esse defeito
    era muito boazinha, boazinha mesmo...
    abestada ... aprendi muito, pois enquanto eu era boa demais, os outros só me pisavam.
    hoje, graças a Deus, eu sou boa, pois não quero que ninguém pise em min, e nem mendigo a amizade de ninguém sendo uma boazinha. Pois os bonzinhos sofrem muito.

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