Pelo jeito não vou saber o que é isso nunca.
Será que dá pra ser TDAH e feliz ao mesmo tempo? Será que dá pra ter uma certa "normalidade" na vida de um TDAH?
O mundo caminha em uma velocidade que: horas me vejo bem além e em outras me vejo parada diante dele.
Antes do diagnóstico tudo era mais difícil e mil vezes mais trabalhoso para mim: enquanto você lia um livro em dois dias (ler de entender) eu demorava uns três meses. Mas tentava. Muito triste e irritada, por vezes, por não conseguir me concentrar e ter que voltar a mesma página dez vezes. Mas tentava, não sabia o que tinha e achava que era burra mesmo, pois todo mundo conseguia. Me faltava interesse, por isso eu não conseguia - preguiçosa, me chamava.
Comecei a jogar um jogo de computador com uma história imensa e tarefas infindáveis. Nunca consegui ler uma história inteira. Meu Deus. Nunca. E organizar os poderes.. mas meu namorado me ajudava nisso, aí eu conseguia jogar. Quando pintava uma dúvida sobre a história, perguntava e resumidamente ele me explicava.
Fui diagnosticada e começou o tratamento. No primeiro mês parecia que tudo estava resolvido e a ritalina era "my precious". Comecei a estudar, lia, entendia, raciocinava sobre o que havia lido e fazia conexões com outros tópicos, ótimo.
Mas aí tudo passou e me senti pior que antes: ainda tinha os efeitos colaterais.
Aumentou a dose. Nada me ajudou. Depressão, ansiedade e os efeitos colaterais monstros aumentaram muito e nada de efeito benfico. NADA.
Aumentou a dose de novo. Idem acima.
Diminuiu a dose: idem, de novo.
Ontem tendei ler: não consegui. Pior do que antes do tratamento. PIOR.
Hoje tentei jogar: tive uma crise de choro.
Não penso, não raciocínio, não ligo fatos, não consigo ler, não.. não... não...
Nasci fadada ao fracasso, pelo visto.
Meu... isso é um... coco, né? No começo... tudo "precious" rs. Depois... por que? Por que? Por que pioramos de novo? Pra pior! rs
ResponderExcluirCompartilho da angústia!